terça-feira, 22 de janeiro de 2008

Os Replicantes

O dia que o rock parou!



Eu realmente poderia passar horas escrevendo sobre Os Replicantes, mas para que você tenha noção do impacto causado por essa banda na minha vida vou resumir em apenas uma frase (só para começar): Replicantes mudou tanto minha forma de pensar e ver o mundo, mas, principalmente, me mostrou o que eu iria fazer pelo resto de minha vida, que, passado mais de dez anos, continuo vislumbrado com esta banda!

Pra que você entre de cara no mundo do rock, antes de mais nada, é necessário que você se identifique com, pelo menos, uma banda, ou seja, que ela traduza suas verdades no formato de extensas, ou nem tão extensas assim, canções! Quando isso acontece você se torna fã incondicional, e mais do que isso, acaba virando um verdadeiro seguidor da dita banda para o resto de sua vida! No entanto, às vezes, a banda que trouxe a luz que faltava na sua vida acaba empunhando um instrumento musical na sua mão e definindo o que você vai ser para o resto de sua breve existência terrena. Assim foi comigo, acabei me tornando músico justamente por me identificar demais com Os Replicantes, mais especificamente com o disco “Histórias de Sexo e Violência”!

O início de minha adolescência se deu em uma época onde as FMs jorravam Nirvanas, Metállicas, Ramones, entre outros tantas, mas tudo aquilo, muito embora de grande qualidade ficava distante de mais da minha realidade! Adoro todas as bandas citadas, mas, na época, nem uma me tocava o coração! Isso ocorria, principalmente, pela barreira lnguística!

Quando conheci Replicantes, dei de cara com uma banda do meu estado, 120 km de distância da minha casa, que fazia um som pra lá de diferente e com uma temática e estética alucinógena e, mais que tudo, antenada com o que eu via e queria dizer, mas não sabia como!

Eu sempre enquadrei Os Replicantes, talvez por ser muito fã, talvez por ouvir muita coisa (além deles!!!), como uma banda um patamar acima das demais do tradicional rock gaúcho (me desculpem algumas viúvas de outras bandas), mas os motivos que me levaram a fazer isso foram simples:

A banda nunca parou – mesmo com a baixa pós anos 80, com a saída de seu principal vocalista, com o fim do “bum” do rock gaúcho, Os Replicantes sempre estiveram ali! Logo ao lado! Prontos para serem ouvidos, atitude essa que é digna de bandas de verdade e que tem na música a fonte necessária para dar seguimento a sua vida independente da situação mercadológica.

As composições – me admira a abstração de algumas letras que, na verdade, são verdadeiros roteiros cinematográficos capazes de gerarem curtas-metragem no cérebro de quem as escuta; por outro lado a mescla de canções que vão desde a crítica social passando por temas do cotidiano adulto/adolescente em uma perfeita convivência pacífica e uma peculiaridade brilhante foram capaz de tornar imortais canções que ultrapassaram gerações e continuam atuais.

A reinvenção – Os Replicantes se reinventam com o passar dos anos, inovam ao tentarem juntar artes diferentes (música/vídeo), e assim abrem caminho para uma gama de seguidores, caso você não saiba o primeiro home-vídeo no Brasil é deles!

A transformação – Com a saída de Wander dos vocais, Gerbase se vê obrigado a assumir como frontman e, assim, surge um dos discos que mais respeito “Andróides Sonham Com Guitarras Elétricas” (e que acabei fazendo uma música com esse nome!!! Mas claro isso não interessa!!!) e outros que vieram atrás como o Ao Vivo e a Volta dos Que Não Foram, por fim, o retorno triunfal de Wander Wildner, sua derradeira saída e a entrada de Júlia assumindo os vocais daquela que promete ser uma faze promissora na carreira desta vintenária banda incansável.

Por obra do destino muitos dos discos de minha banda preferida e que me marcou profundamente só podem ser encontrados em vinil, e por um preço alto! Confesso, tenho alguns e me propus a pagar este preço, mas gostaria, na onda de relançamentos, ver os três primeiros discos d'Os Replicantes em CD no mercado por um breve período suficiente para que eu possa adquiri-los!

Finalizando vou deixar a discografia da banda, indicando um disco para meus nobres leitores: Go Head! Se você conseguir encontrar este CD compre! É praticamente um ao vivo em estúdio, mas para quem não tem como adquirir os primeiros este é fundamental na sua coleção!

Rock Garagem (1984, vinil, coletânea)
Rock Grande do Sul (1986, vinil, coletânea)
O Futuro é Vórtex (1986, vinil)
Histórias de Sexo e Violência (1987, vinil)
Papel de Mau (1989, vinil)
Andróides Sonham Com Guitarras Elétricas (1991, vinil)
Replicantes Ao Vivo (1996, CD)
HOT 20 - Os Replicantes (1999, CD)
A volta dos que não foram (2001, CD)
Go Ahead (2003, CD)
Os Replicantes em Teste (2004, CD)
Old School Veterans Braziliasta(2006, CD)

Só pra deixar um gostinho de quero mais: existe uma verdadeira raridade que é o compacto (capa abaixo) d'Os Replicantes! Tive a sorte de conseguir um pra mim! Mas confesso, dificilmente encosto nele com medo de acabar riscando! Coisas de colecionador! Possui quatro músicas: Nicotina, Rock Star, O Futuro é Vortex e Surfista Calhorda! Lógico, este compacto foi produzido antes do disco Rock Grande do Sul, e o que mais me impressionado para os padrões da época: de forma independente!


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